O Mestre costumava explicar sobre as mudanças nos espaços de poder falando
sobre as metáforas contidas na história de Salomão e Asmodeus, o rei dos
demônios. E naquele dia especialmente ele comentou sobre a perda do anel de
Salomão, que buscava o poder e nessa busca entregou a Asmodeus o seu anel. Só
um adendo: É tempo de COVID 19 e nós - enquanto povo - perdemos o anel.
Com a perda do anel para Asmodeus, Salomão se vê no deserto, com outras roupas
que não eram as suas. Inteiramente perdido, tendo que encontrar novos recursos
para retornar à Jerusalém.
Na verdade, Asmodeus no embate com o Rei pelo poder, engoliu o anel de Salomão
e com um sopro jogou o Rei no deserto. Sozinho, cansado, deitou-se numa praia
esquecido até da fome que lhe consumia. E pescadores que ali estavam repartiram
com ele um pedaço de peixe, compartilhando com o Rei o poder de pescador.
Ao abrir com as mãos o peixe, ali estava o anel. E nesse encontro, Salomão
volta à Jerusalém e recupera sua coroa, e Asmodeus o Rei dos demônios
desaparece de sua frente.
Um dos discípulos perguntou:
——-Qual o significado do poder na perda e encontro do anel?
——A resposta está na pergunta, disse o Mestre e se foi.
(Regina Moraes - contando a parábola que Jacob Needleman contou)