sexta-feira, 22 de abril de 2022

A História de Salomão e o anel

 



O Mestre costumava explicar sobre as mudanças nos espaços de poder falando sobre as metáforas contidas na história de Salomão e Asmodeus, o rei dos demônios. E naquele dia especialmente ele comentou sobre a perda do anel de Salomão, que buscava o poder e nessa busca entregou a Asmodeus o seu anel. Só um adendo: É tempo de COVID 19 e nós - enquanto povo - perdemos o anel.

Com a perda do anel para Asmodeus, Salomão se vê no deserto, com outras roupas que não eram as suas. Inteiramente perdido, tendo que encontrar novos recursos para retornar à Jerusalém.

Na verdade, Asmodeus no embate com o Rei pelo poder, engoliu o anel de Salomão e com um sopro jogou o Rei no deserto. Sozinho, cansado, deitou-se numa praia esquecido até da fome que lhe consumia. E pescadores que ali estavam repartiram com ele um pedaço de peixe, compartilhando com o Rei o poder de pescador.

Ao abrir com as mãos o peixe, ali estava o anel. E nesse encontro, Salomão volta à Jerusalém e recupera sua coroa, e Asmodeus o Rei dos demônios desaparece de sua frente.

Um dos discípulos perguntou:
——-Qual o significado do poder na perda e encontro do anel?
——A resposta está na pergunta, disse o Mestre e se foi.

(Regina Moraes - contando a parábola que Jacob Needleman contou)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Saudações ao Anjo...

 Paráfrase do poema Saudação ao Anjo de Gershon Scholem!


É um novo ano e o Anjo não está entre vós.
Não somos mais o seu povo?
Estamos sós?

O progresso e o silêncio dos bons o expulsou da vida,
E seguimos agora - em frente- todos nós!

Haverá um seu regresso? Eu não sei.
Se Ele não está aqui desta vez,
Como criar e recriar sozinhos, a vida que D’us fez?
De novo, e de novo outra vez?

E o “silêncio” na espera, refaz a pergunta outra  vez!
——-Por que ainda hoje o Anjo não desfaz o que se fez?
(Regina Moraes)

O Relógio não para...

 O Relógio de Acaz


O RELÓGIO DE ACAZ

A verdade meu amigo não se espante,
É uma obra de Ariadne, em tênue fio.
Toda Vida, todo tudo neste mundo
Está coeso, num mistério tão profundo,
Que entender este desenho é um desafio.

Quem tece o fio de Ariadne que se esconde,
E serpenteia para além de nem sei onde?
Se o que eu faço ou não faço, é uma engrenagem,
Que arrasta a consciência em torvelinho,
Quem cria a tudo num roteiro mais profundo,
Que a tudo une, em aparente desalinho?

Transmutar a engrenagem com ciência,
É perceber que entre o caos e a coerência,
A vida cria nossa vida deste fio.
Então vale a pena caminhar com mais cuidado,
Ao conceber um novo filme desta história.
E que o Anjo  nos conceda tal vitória!

E um dia....
Frente a frente à Grande Luz,
Guardadora dos portais do paraíso,
Cada um vai contar a sua história,
Computar aprendido e ensinado
E retornar, apagando da memória,
Retrocedendo os dez graus já declinados!
(Regina Moraes)