terça-feira, 9 de novembro de 2010

A Trigésima Primeira Inteligência da Cabala - Inteligência Coletiva - também chamada de Inteligência Perpétua

O caminho da 31ª. Inteligência é o caminho da unidade e não importa quais as dificuldades ou crises, a unidade não se perde. Por este motivo é chamada de Inteligência Coletiva porque atua em meio a todos e é chamada de Inteligência Perpétua, porque não se extingue, não se esgota e se renova sempre, perpetuamente. Representa o trabalho significativo e o respeito mútuo, o empenho, a dedicação, a disciplina e o compartilhamento de idéias. Ensine e aprenda com delicadeza. Seja gentil e assertiva(o), pois tornando o trabalho significativo você alcança autonomia, sorte, riqueza e abundância. Leve luz, paz e ética para o seu trabalho, para o seu grupo e para a sociedade. Dê significado ao seu trabalho, pois você é a essência da criação, o começo e o fim de tudo na roda da fortuna da vida.


CARTA DE TAROT ASSOCIADA À 31a. INTELIGÊNCIA - INTELIGÊNCIA PERPÉTUA OU COLETIVA


A carta associada é a carta 20 de "O julgamento" que significa criatividade, trabalho de grupo, discernimento, capacidade de dar novos significados a tudo. Simboliza a cultura como obra das mãos de um grupo que vive as mesmas experiências e onde cada um interfere e muda a biografia do outro, pela vivência conjunta, pela vida em comum. Chama a atenção para a nossa responsabilidade com o outro. É preciso perceber as mudanças todos os dias, para que possamos atuar de forma criativa, corrigindo, incentivando, participando, pois não se faz nada sozinha(o). Mesmo quando pensamos que ninguém nunca nos ajudou, alguém fez a nossa roupa, a casa em que vivemos, fez os sapatos que usamos, alguém pavimentou as ruas por onde passamos, enfim....é preciso um novo julgamento a cada dia, sobre a nossa responsabilidade do que é viver em grupo. A carta 20 simboliza a nova mente novamente, numa espiral evolutiva sem fim. A carta 20 se associa ao acaso porque renovamos diariamente a vida de muitas pessoas, que passam por nós e nem percebemos o quanto o acaso colora as vidas. Através das nossas atitudes, comportamentos, palavras, práticas, julgamentos interferimos nos caminhos de outras pessoas, mudando as suas trajetórias.



UMA HISTÓRIA PARA ENTENDER A 31A. INTELIGÊNCIA - A INTELIGÊNCIA PERPÉTUA OU COLETIVA

A ILUSÃO, O SAPATEIRO E A DANÇA
Certa vez o Certa vez o Rabi Yakov sentou-se à porta do mercado e esperava os seus discípulos. Enquanto esperava, reparou no centro da praça, ainda vazio e as pessoas que entravam e saíam do mercado. Olhou seus rostos, uns alegres e outros crispados, olhou o céu e a terra, para buscar desvelar a distância entre o sagrado e o profano e viu o arco-íris, símbolo de aliança, de distância e de diversidade.
Demorou-se ainda algum tempo esperando, até que muitos foram chegando e juntos dirigiram-se à gruta.
Antes de começarem as aulas, eles fizeram um círculo e dançaram. Quando pararam, Blandina, uma das discípulas perguntou:
___Rabi, quando um de nós não puder mais participar da dança, o que acontecerá?
Diante da indagação, o Rabi Yakov olhou mais uma vez o arco-íris e após o silêncio necessário a todas as respostas, disse:
___ Mas o que significa a dança? Significa a união, o compartilhamento. Significa o silêncio e o diálogo, significa que quando o companheiro já não pode mais andar, alguém deve dar o primeiro passo na dança, quando não puder falar, que o amigo fale por ele, quando não puder mais cantar, que o amigo cante por ele, quando não puder mais rezar, que alguém reze por ele. Neste dia, tomando-o ao colo, deve fazer da dança o momento de partilha, de colaboração e de solidariedade, não deixando de fora nenhum dos convidados. Fazendo assim, não permite que o amigo fique no erro.
Todos ficaram em silèncio e o Rabi Yakov, contou uma história.
Era uma vez uma cidade muito distante que ficava em um lugar inacessível. Diziam que todos que ali morassem teriam sabedoria e viveriam com muita alegria., juntos. Diziam que a cidade era um lugar de amor, paz, fartura e respeito. Para se chegar à cidade, era necessário passar por um caminho muito difícil cheio de buracos e elevações, o que tornava muito perigosa a subida. Muitos machucavam-se e desistiam no meio do caminho. Outros poucos chegavam, mas a cidade era rodeada por um muro com um grande portão de ferro com um ferrolho de bronze. Em torno do muro, por dentro e por fora havia um enorme abismo cheio de víboras venenosas. Para entrar, o viajante tinha que bater à porta. Aqueles que chegavam batiam e batiam, e contam que alguns viajantes conseguiam que a porta se abrisse.
Certa vez um homem e uma mulher começaram a trilhar o caminho e eles queriam alcançar o resultado do seu esforço e morar na cidade. Quando chegaram no caminho que levava à cidade oculta, eles olharam atentamente tudo, foram reconhecendo cada pedaço da extensão de tudo, até aonde a vista alcançava. Olharam o céu, a terra, as árvores, os buracos, as elevações, os pássaros, olharam um para o outro e olharam para si mesmos. Tudo para encontrar uma forma de juntar, de dar sinergia a todos estes elementos que separadamente não tinham a força de que precisavam.
Resolveram seguir de dia e dormir à noite ao abrigo de alguma árvore.
Iniciaram a jornada e viram que o caminho era cheio de espinhos, de plantações cerradas que impediam a vista e também de buracos e elevações nas quais os viajantes caíam e se machucavam, tendo que retornar ao início, para cuidarem das feridas. Alguns voltavam a percorrer o caminho para chegar à cidade de seus sonhos, mas logo depois não suportavam as condições adversas e caiam vencidos pelo esforço inútil, que os fazia voltar e voltar e voltar....
O homem e a mulher resolveram então trabalhar, enquanto caminhavam de dia e foram cortando os cipós, a plantação venenosa do caminho e foram aplainando as elevações cuja terra era colocada nos buracos. De tal forma trabalharam, que foi se formando um caminho serpenteado, bonito de se olhar, que se estedia até onde a vista alcançava.
Trabalharam por muito tempo e chegaram ao pé de uma colina onde no alto ficava a cidade. Ali começaram a fazer as escadas, serpenteadas como o caminho, mas que levavam com firmeza à porta da cidade.
Quando acabaram de fazer as escadas e subir o último degrau, a terra remexida deixou à mostra uma engrenagem, que, com certeza, há muitos séculos permanecia oculta. Eles, com muito cuidado e delicadeza tocaram na engrenagem com o seu instrumento de trabalho. Neste momento a muralha que cercava a cidade começou a desmoronar e cair no abismo que havia ao redor do muro, por dentro e por fora. Ao cair a última pedra, o abismo se fechou, a nuvem de poeira sumiu e eles puderam ver a cidade, com crianças, velhos, mulheres e homens que correram para eles e os abraçaram. Na verdade não era uma cidade dos sonhos, era uma prisão, de onde só poderiam sair pelo esforço do outro. Foi assim que todos voltaram para suas casas e nunca mais ninguém ficou preso naquele lugar.
Ao terminar de contar a estória, o Rabi Yakov fez uma pausa convidando com o olhar que os discípulos iniciassem o diálogo, para que pudessem aprender. Uma mulher que usava um véu cobrindo-lhe a cabeça perguntou: Como poderíamos resumir a estória em poucas palavras? Qual o ensinamento que podemos hoje acrescentar a nossa vida?
O Rabi Yakov não respondeu e como a chuva ainda caía forte e as condições ainda eram precárias, contou uma outra história.
Era uma vez um homem que sempre ia buscar água na fonte com um cântaro e que era um sapateiro. Quando voltava com o seu cântaro cheio de água, ia para oficina e fazia lindos sapatos, de todos os tipos e tamanhos. Seus sapatos eram conhecidos em muitos lugares porque eram feitos com muita perfeição.
Até para vendê-los ele procurava fazer algo diferente. Sempre que um modelo novo era reproduzido, ele pegava um par, às vezes dois, dependia da quantidade produzida, e ao invés de ir direto par casa, ia pelas redondezas da cidade olhando a tudo e deixava os sapatos em algum lugar do caminho.
Um dia os aprendizes da fábrica ficaram curiosos e o seguiram e voltaram sem entender, pois ele deixou os sapatos na estrada, ao pé de uma comunidade muito pobre e voltou para casa. No dia seguinte perguntaram a ele porque fazia daquela forma e ele respondeu:
____É que faço meu trabalho de sapateiro com fé e a fé é um caminho, que precisa ser compartilhado por muitos. Então inventei esta forma, e sempre que faço um sapato, eu penso em quem paga para usar e no sapato que vou dar, para que digam do fundo do coração:
_____Abençoado o sapateiro que fez estes sapatos!
Assim fazendo acrescento valor ao meu trabalho, tenho testemunhas do que faço e só então eu me dirijo ao templo e apresento os meus pedidos a Deus.
Ao terminar a história, a chuva também tinha passado e todos se levantaram e saíram conversando. De um a um, os discípulos foram saindo da gruta, levando consigo a idéia do trabalho colaborativo, que faz nascer a inteligência coletiva (31ª. Inteligência)..
O Rabi porém, ficou e em silêncio e demorou-se a sair. Sem pressa, olhou a gruta, o chão, o teto, viu os discípulos, abstraiu a tudo e pode ver a gruta em cada oficina e em cada escola; a oficina e a escola em cada templo; cada templo em cada homem e cada mulher e cada um dentro da vida, todos trabalhando juntos em prol de todos.
Fechou os olhos para cochilar um pouco, um cochilo rápido, porque ele sabia que ainda tinha muito o que fazer e ainda não havia chegado o sétimo dia. (Esta história foi escrita por mim, especialmente para os meus leitores do blog).

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