São muitos os nós que devemos desatar para seguirmos em paz, para alcançar os milagres que queremos. Mas não desataremos estes nós sozinhos, às vezes quem vai ajudar-nos é uma pessoa que passa pela nossa vida, ajuda-nos e vai embora, sem deixar rastros pelo caminho.
Cabe-nos fazer os laços, mas tal qual Cloto (uma das moiras) teremos que produzir um novo fio e construir a nova trama, o roteiro atualizado em íntima conexão com o Manto Interno da Glória.
Numa visão pagã podemos falar que dentro de nós as moiras executam o seu trabalho: Cloto cria o fio; Láquesis mede o fio e Atropus o corta, quando chega a hora. Atenas entra em cena para perdoar e estimular que a tecitura continue.
Então......
Se precisas encontrar a solução
Que oculta se espraia ao teu redor,
Pede a Deus e pede aos deuses que te valham,
O caminho tu conheces já, de cor,
Soluções imediatas, todas falham.
É preciso renovar a paciência.
E ampliar neste momento a consciência.
Tuas vestes estão soltas pelo chão,
Sem amigos, sem amores, sem perdão,
Buscas perto aqui e ali e onde está?
Tu perguntas e
até choras. Tudo em vão
Na estrada, no caminho, ao rés do chão,
Tu procuras por uma nova edição,
Da vida, que em algum ponto da história,
Reservou a ti, perdão e glória
E de Atenas, qual
Orestes[1],
redenção
O segredo é perceber que o que antes tu não vias,
Não se perfaz
aqui e ali de qualquer jeito,
É preciso estar atento, firme e forte
Recomeçar humildemente a cada dia.
Despertar um grande amor dentro do peito,
Recolher em tuas mãos o leme e o norte
E finalmente perceber a oculta mão que a tudo cria.
E na missão de refazer tuas pegadas
Rastrear os céus e a terra é o desafio.
E observar com
novos olhos o roteiro,
Que te une a tudo e a todos, tempo inteiro,
Ouse tecer a
nova trama com este fio.
[1] No mito
grego, Orestes não cometeu crime algum, mas foi condenado à morte pelas mouras,
que lhe cravaram nas costas 10 espadas. Atenas o perdoou e o libertou e ele
pode seguir o seu caminho