A Inteligência que agita simboliza uma tensão entre o que herdamos de nossos antepassados e o que estamos aprendendo no novo tempo. Uma tensão entre o ancestral e o novo espírito. Mas não se pode fugir ao paradoxo: somos mexidos e remexidos por dentro - nossa alma se agita - embora nossa couraça permaneça a mesma.
E não há vencedores, nem vencidos. Ou seja nesta tensão entre a ancestralidade - nossa herança - e o novo espírito, simplesmente a vida segue o seu curso.
O símbolo que retrata esta Inteligência é a ampulheta, porque o que muda é o tempo - a areia se agita na inversão, dando lugar a uma nova ordem espírito - matéria / matéria - espírito - realçando a nova dimensão do aprendizado.
Em termos de Liderança de grupo, esta Inteligência remete às diferenças individuais: uns são instinto, outros razão, outros ainda emoção. Uns falam e se expressam muito bem, outros são mais calados, observadores. Uns são fleugmáticos, resilientes outros ainda apaixonados. Cada corpo social tem uma Cabala.O importante é perceber o que se tem que aprender com cada um. E não há certo ou errado, simplesmente há a vida que segue o seu curso - em meio às tensões, aos paradoxos.
A frase interessante sobre esta Inteligência - que remete às nossas ambiguidades e às dificuldades de viver em grupo pesquisei em Edgar Morin, no seu livro "Meus Demônios".
"O trabalho das contradições continua. Eis sua consequência existencial: Viver no duelo dos contrários, isto é, nem na duplicidade sem consciência nem no justo-meio, mas na medida e na desmedida; não numa resignação morna, mas na esperança e no desespero, não num vago tédio ou num vago interesse pela vida, mas no horror e no maravilhamento. "
Eis o trabalho interno da Inteligência que agita e que se expressa a nossa volta, nos enigmas dos relacionamentos.
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