O texto cabalístico diz que a Vigésima segunda Inteligência é o depósito das virtudes que ali aumentam até que vão aos que habitam em sua sombra.
O símbolo do "depósito das virtudes" remete à capacidade do cérebro humano de armazenar informações, e transformá-las em sabedoria, subindo novos degraus na escada do conhecimento. O aumento das virtudes de que o texto fala é a responsabilidade de cada um com todos, ou seja somos responsáveis uns pelos outros.
Mas o que é ser responsável? Por que esta Inteligência também é chamada de Inteligência Fiel?
A resposta é simples e significa que devemos ser administradores fiéis dos bens e recursos produzidos de forma conjunta pelos grupos, pelos povos.
Aqui é importante ressaltar que a Cabala tem como símbolo a Árvore da Vida, que possui muitas dimensões, pois ela é o reflexo do que a mente produz. E a mente é múltipla, é complexa e pode produzir o bem e o mal. Por este motivo aqui também há o símbolo do Administrador infiel, aquele que não tem ética, que não sabe gerir os recursos, que se aproveita dos bens produzidos de forma conjunta, para seus interesses pessoais, causando grande caos em sua gestão.
Por este motivo a Vigésima Segunda Inteligência também se associa ao Administrador Infiel que é denunciado porque está dissipando os bens e recursos do Rei. Como a cabala tem um aspecto político em seu estudo, é importante saber lidar com este administrador para que ele não tome para si o que é de todos.
A Vigésima Segunda Inteligência também se associa à mente coletiva, que vai se desenvolvendo e acumulando sabedoria, com cada um mudando a seu tempo, até que toda a sociedade muda, porque o tempo chegou.
À Vigésima Segunda Inteligência se associa uma Ética da Responsabilidade, pois somos responsáveis por nossos atos e somos referência para quem está a nossa volta; somos depositários fiéis de uma ética compartilhada e praticada para o bem comum. É desta forma que as virtudes aumentam até que vão aos que habitam em sua sombra, deflagrando uma grande Revolução social, pois como dizem os mestres, o tempo é intemporal, há mais que o tempo no próprio tempo.
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