segunda-feira, 18 de junho de 2012

Vigésima Oitava Inteligência da Cabala - A Inteligência do Eu Estou

A Vigésima Oitava Inteligência é a Inteligência Natural e a partir dela se chega à perfeição.

Há uma antiga parábola que relata a dispersão a que foi submetido o Rei Salomão em sua luta com Asmodeus, o Rei dos Demônios. O Rei Salomão para obter o conhecimento de Asmodeus entregou a ele o seu anel e no mesmo momento Asmodeus engoliu Salomão e soprou-o para o deserto e atirou o anel para o mais profundo oceano. Salomão perdeu o anel, a túnica bordada e as marcas da coroa desapareceram de sua fronte. Isolado de si mesmo, iniciou o difícil caminho de volta para a vida, vagando perdido por muitos lugares. Era como se estivesse morto. E Asmodeus tomou o rosto de Salomão e reinou em seu lugar, sem que ninguém percebesse a diferença.

Um dia, cansado de tanto andar por terras estranhas, Salomão chegou a uma praia e cansado de tanto sofrimento, estirou-se nas areias e chorou. O choro daquele homem chamou a atenção de pescadores, que repartiam alguns frutos do mar e que ficaram com pena daquele maltrapilho. Aproximando-se de Salomão, um dos pescadores deu-lhe um peixe. Quando Salomão abriu o peixe, encontrou o anel de sua realeza.

O Rei Salomão colocou o anel em seu dedo e imediatamente as marcas da realeza se avivaram em sua fronte, suas vestes e todo o seu rosto se iluminaram e ele viu-se frente a frente a Asmodeus e estranhamente não se ouviu nenhuma palavra, um grande silêncio circundou toda a terra. E Asmodeus, o rei dos demônios foi então encaminhado por D'us para as mais altas montanhas do mundo. Não houve briga, nem discussão - tudo se desvaneceu e a vida em Jerusalém retomou o seu caminho.
_________________________________
Esta parábola guarda o significado da trajetória do humano em direção à sua plena potencialidade. Ou seja, nascemos com esta Inteligência Natural e estamos em meio à jornada. Vagamos sozinhos em meio ao mundo e temos que responder aos desafios. Mas a parábola contém elementos mágicos:  a praia, os pescadores, o peixe e Salomão como quarto elemento, que renasce, como cada um de nós, de si mesmo, a cada passo dos ponteiros do relógio.

Antigos Mestres afirmavam que o enigma a ser decifrado é que temos um tempo específico para acordar deste sono inconsciente, que se assemelha a estarmos perdidos no deserto, tal qual Salomão. Eles diziam que um anjo acompanhou Salomão, acompanha a cada um nesta jornada e  traz em suas mãos um relógio-ampulheta. É o Anjo do Tempo. Às vezes ele atrasa o relógio, fazendo a sombra declinar dez graus, dando tempo ao tempo e uma nova chance ao peregrino de chegar à praia. Em outras vezes adianta os ponteiros, porque percebe que não adianta mais dar tempo ao tempo - e a ampulheta recomeça o seu trabalho de preencher o imenso espaço vazio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário