SALOMÃO E ASMODEUS
O Eterno aqui habita, com certeza,
Ele vive em tua casa e tu não crês.
Vais perdido esquecido da nobreza,
Dele és a perfeição, toda a Beleza,
Mas tu? Só acreditas no que vês.
Sumiram as marcas da coroa em teu semblante,
Teu anel foi jogado no oceano,
E duvidas que haja mesmo ainda um D’us.
Te tornaste no deserto um caminhante,
Éstás hoje em condição tão degradante...
Resultado do encontro com Asmodeus[1].
Gritas, choras e no entanto,
As crianças e os cahorros te espantam,
Tuas vestes de honraria são perdidas,
Ninguém há para pensar tuas feridas,
E os passarinhos a tua volta ainda cantam!!?
Até que um dia, junto a grandes pescadores,
Que voltavam de pescaria aguerrida,
Cais por terra - não suportas mais a vida.
E no fundo do abismo de si mesmo – D’us frente a frente a Asmodeus,
Te devolvem a tua história, o teu anel,
Mas retornas a pé, sem carruagem,
E dissolve-se esta luta com Asmodeus!
Tua fronte se ilumina...
Mas tu sabes que a história é contínua,
E toda ela encerra sempre outra missão.
E então segues e em cada lida,
Ás vezes perdes o anel e às vezes não:
Dura sorte por nem todos entendida,
No mistério radiante do partir o peixe e o pão!
(Regina Moraes - 2008)
(Regina Moraes - 2008)
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