Uma das muitas maneiras de estudar o feminino na Cabala nos é fornecida por Binah e por Netzah. Binah é a mãe da fé, é a criadora da fé, a fonte de onde emana a fé. Netzah, tal qual Kether chama-se Inteligência Oculta, é o esplendor refulgente das virtudes intelectuais percebidas pelas contemplações da fé.
Em cima como está embaixo, Netzah - Inteligência Oculta - representa a Glória de D'us, habitando com o ser humano em seu exílio. Em nosso corpo, Netzah é a Ancestral e D'us - a Inteligência Oculta - se apresenta como "Aquele que foi; Aquele que é e Aquele que será", o feminino em eterno devir através da Vida. Em Netzah somos o coletivo e carregamos uma profusão de idéias; em Hod somos o indivíduo, que através do intelecto e da fé dá ordem ao caos.
Os símbolos do feminino em Netzah são as deusas gregas, Diana, Perséfone, Afrodite. Na tradição judáica é Shekihan, a luz divina, que enxuga as lágrimas de seus filhos e mora conosco em nosso exílio e é também na tradição cristã Maria, a Mãe de D'us.
Enfim...cada um na esfera de Hod continue daqui, a contemplar com os olhos do intelecto a beleza do feminino da Ancestralidade. No entanto é bom frisar, que só juntos em Netzah poderemos evocar a fé que nos levará a intuir a força do feminino em nós e o seu papel na vida, em Malkhut.
sábado, 30 de novembro de 2013
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
O Bem e o Mal na Cabala
O bem e o mal na Cabala são captados de forma truncada pela humanidade, pois estamos crescendo moral e espiritualmente e não enxergamos D'us face a face. Recebemos o que nos permitimos receber. O que podemos receber. No entanto podemos evoluir e a cada degrau captar a habilidade divina de avaliar e de expressar julgamento com mais sabedoria.
Assim é que em Kether há energia pura sem forma ainda.
Mas de Hochmah a Geburah somos o
espírito que enxergamos de D'us.
Em Hochmah conseguimos captar e receber a
energia divina; que em Binah toma uma forma, enraiza-se a
partir de uma de suas 50 portas, que não é um número técnico, mas mágico.
Em Chesed,
esta energia é carregada de amor, sabedoria, paz; enquanto que em Geburah somam-se a todo fenômeno
espiritual as energias do rigor, do medo, do dogmatismo.
Em Tipharet centro da Alma, o espírito
torna-se inconsútil e somos o que somos, no nível em que estamos, a
partir da porta que escolhemos.
As sephirots Netzah,
Hod, Yesod e Malkhut formam a
mente social e é com este equipamento bio-social humano que faremos o Bem ou o
Mal, que avaliaremos, que decidiremos o destino, de acordo com o que captamos – de forma turvada – da energia divina em Hochmah.
Na Bíblia está escrito, sobre o Bem e o Mal em
D'us:
Embora não me
conheças, eu te cinjo, (...),
Eu sou
Yahweh e não há nenhum outro,
Eu formo a
luz e crio as trevas, asseguro o bem estar e crio a desgraça (Que D'us nos
proteja),
Sim, eu
Yahweh, faço tudo isto (Isaías, 45: 6,7).
Mas no nível de consciência bio-social em que estamos - em Netzah - nossos julgamentos são
falhos. Esta grandeza - relatada acima - recebida do Espírito de D'us se
torna uma força perigosa, incontrolável e interpretada de forma errônea à
serviço do ego e dos desejos em Yesod,
torna-nos em Malkhut,
indivíduos que não aceitam interpretações diferentes dos fatos. Nossas verdades
são únicas e constroem o mundo que está aí. E se este mundo não nos agrada,
talvez fosse importante uma revisão espiritual em extensão e profundidade.
Mas em Hod somos Construtores da vida e atentos podemos desenvolver uma nova forma de SER e é por este
motivo que se ensina em Salmos 18:26:
Com o fiel
tu és fiel,
Com o
íntegro és íntegro,
Puro com
quem é puro,
Mas com o
perverso te mostras indomável, (...)
Doravante, diante da vida e aprendendo em Hod a ser, "sede prudente como as
serpentes, e sem malícia como as pombas" (Mateus, 10:16). Pois estás como ovelhas entre
lobos, não para sofrer ou morrer, mas para cooperar com o Grande Artífice na Obra.
domingo, 24 de novembro de 2013
A Cabala e a amizade
Para
falar da Cabala da amizade vamos nos valer da Filosofia.
Iniciando
o estudo pelas sephirots de cima, de Kether
a Tipharet somos o espírito captado
de D'us, ou seja somos o que enxergamos de D'us. Nietzsche dizia que as lentes que usamos são
fornecidas pela cultura e nossos sentidos nos envolvem na mentira. Ele dizia
que somos aranhas em uma teia que só apanha o que se deixa apanhar, ou seja, os
sentidos captam o que a cultura ensina a apanhar.
Sendo
assim captamos de D'us o que conseguimos captar no nível de consciência que
estamos. Nossos sentidos nos envolvem na ilusão, por esse motivo a Cabala
conclama à evolução.
Nietzsche
afirma que não há uma estrada para o mundo
real, ou seja, não existem verdades absolutas, mas sim interpretações
carregadas de ideologia. Neste sentido, D'us é uma ideologia. Quando veremos
D'us face a face? Talvez nunca, porque o crescimento moral e espiritual é
infinito.
Mas e a
amizade? Como eu a represento no nível espiritual em que me encontro?
Como se
manifestam em mim as forças da amizade, considerando a mente social de Netzah a Malkhut?
Bom, em Netzah a amizade é fundada no legado
cultural, uma razão herdada, aprendida. Construimos a amizade com base em
escolhas e sentimentos aprendidos, incorporados. Talvez não seja o melhor caminho
para escolher relacionamentos, com autonomia;
Em Hod a amizade cria autonomia e se funda
em finalidades. Aqui, o que move a amizade são os objetivos comuns. Em Hod se
aprende a ter autonomia, um espírito livre, talvez por este motivo a Cabala diz
que Hod é instrumento do Primordial.
Em Yesod a amizade é pautada por afeições,
e a pessoa se deixa arrastar pelo seu ego, pelas seus sentimentos, pela
emoção, sem muita reflexão.
Em Malkhut, mentalmente somos movidos por
identidade e rejeição, com base em critérios que reputamos racionais, sem
perceber que nossa razão é herdada e que precisamos nos comprometer com nossa
evolução.
Em termos da
amizade, ao vivermos as relações que construímos, sempre passamos
por todos estes caminhos e aprendemos a ser independentes em Hod, nossa semelhança com D’us. Em Hod somos cooperadores do Grande Artífice.
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
Cabala Ideologia e Política
Uma reflexão sobre ideologia e política com base nos aspectos cognitivos da Cabala nos leva a perceber como o passado o presente e o futuro estão conectados e funcionam aqui e agora como uma realidade intemporal e inconsútil. No entanto é bom que se diga que não existe determinismo quando se entende a vida através da Cabala, pois tudo pode mudar a qualquer tempo, por nossa obra ou por obra das mãos ocultas que tecem a vida em nós.
.São dez sephirots, que aqui podem ser chamadas de forças sociais, que atuam dentro e à volta do indivíduo. Cada centro de forças tem uma atuação inerdisciplinar, pois nada é isolado.
Em Kether repousam as forças da mente social, tesouros do absoluto, ainda por serem captadas;
Em Hochmah um conjunto destas forças são liberadas para o inconsciente;
Em Binah estas forças sociais são captadas no consciente como novos paradigmas e irão enraizar-se na mente humana;
Em Chesed os novos paradigmas formam as antíteses que darão forma às novas histórias;
Em Geburah os grandes sofrimentos, rupturas, as transformações são percebidas e dão corpo às sínteses;
Em Tipharet a visão da síntese se completa, juntando as forças atuais, as novas forças e as rupturas;
Em Netzah o cenário se restringe para dar forma à nova cultura, considerando o passado e o presente criando uma história de povo;
Em Hod, o cenário se amplia para para dar forma à nova cultura, considerando cada indivíduo, no futuro da história que está sendo gestada de forma coletiva;
Em Yesod o indivíduo se defronta consigo mesmo e sua mente e este encontro pode se dar a partir dos aspectos de protagonismo ou de subalternidade;
Em Malkhut nos encontramos com o outro na sociedade, em família, no trabalho, nos sindicatos para vivermos uma história de conjunto e desenvolvermos uma ideologia e uma política que nos levará como indivíduos, à nossa humanidade mais profunda.
Mas tudo isso, como disse anteriormente, são apenas cascalhos deixados na praia e que, meditando, consegui apanhar, enquanto a imensidão do oceano permanecia diante de mim, .insondável.
.São dez sephirots, que aqui podem ser chamadas de forças sociais, que atuam dentro e à volta do indivíduo. Cada centro de forças tem uma atuação inerdisciplinar, pois nada é isolado.
Em Kether repousam as forças da mente social, tesouros do absoluto, ainda por serem captadas;
Em Hochmah um conjunto destas forças são liberadas para o inconsciente;
Em Binah estas forças sociais são captadas no consciente como novos paradigmas e irão enraizar-se na mente humana;
Em Chesed os novos paradigmas formam as antíteses que darão forma às novas histórias;
Em Geburah os grandes sofrimentos, rupturas, as transformações são percebidas e dão corpo às sínteses;
Em Tipharet a visão da síntese se completa, juntando as forças atuais, as novas forças e as rupturas;
Em Netzah o cenário se restringe para dar forma à nova cultura, considerando o passado e o presente criando uma história de povo;
Em Hod, o cenário se amplia para para dar forma à nova cultura, considerando cada indivíduo, no futuro da história que está sendo gestada de forma coletiva;
Em Yesod o indivíduo se defronta consigo mesmo e sua mente e este encontro pode se dar a partir dos aspectos de protagonismo ou de subalternidade;
Em Malkhut nos encontramos com o outro na sociedade, em família, no trabalho, nos sindicatos para vivermos uma história de conjunto e desenvolvermos uma ideologia e uma política que nos levará como indivíduos, à nossa humanidade mais profunda.
Mas tudo isso, como disse anteriormente, são apenas cascalhos deixados na praia e que, meditando, consegui apanhar, enquanto a imensidão do oceano permanecia diante de mim, .insondável.
terça-feira, 19 de novembro de 2013
CABALA E PERSEVERANÇA
Certa vez li sobre um homem justo que ficou muito doente e seus amigos no dia da Grande Festa tomaram-no no colo e dançaram com ele, não permitindo que ficasse num canto sem participar da dança.
Esta história é um signo e não deve ser explicada, pois como signo deve ser interpretada por cada um, de acordo com o seu conhecimento. É como está escrito em Cântico 3,5:
Esta história é um signo e não deve ser explicada, pois como signo deve ser interpretada por cada um, de acordo com o seu conhecimento. É como está escrito em Cântico 3,5:
Filhas de Jerusalém,
Pelas cervas e gazelas do campo,
Eu vos conjuro,
Não desperteis, não acordeis o amor'
Até que ele o queira!
Perseverar é estar atento a tudo e a todos; é sentir em seu ser a realidade do momento que exige a sua presença e participação. É olhar nos olhos; é ter solidariedade como uma ferramenta de avaliação dos fatos; é respeito pelo momento, pelas pessoas; é sair de si para olhar para o outro e voltar-se para dentro para rezar.
Perseverar é desligar-se do ego e fazer de cada ação, de cada interação, uma reza, ou seja tudo o que você faz é para D'us. A cabala é um todo e a perseverança não está nesta ou naquela sephirah, mas em sua totalidade, que ecoa na espiritualidade e na vida material.
Foi assim que Salomão construiu o tempo de Jerusalém e para não fazer barulho durante a construção, ele usou o shamir, um verme que quebrou as pedras, sem fazer o menor ruído.
O templo construído por Salomão foi uma reza a D'us. Por este motivo quando quiser rezar no Templo construído por Salomão, pense nele como uma reza e você entrará neste tempo mítico e neste templo mágico, onde o silêncio é a existência de D'us em você.
sábado, 16 de novembro de 2013
Cabala e fé
A f'é é adquirida como um conhecimento que se incorpora no indivíduo, na convivência diária com a Espiritualidade. Nasce como um produto da relação entre a pessoa e a sua própria Santidade e vai se desenvolvendo, se for alimentada - pela reza - na união diária com D'us.
A f'é é resultado de uma intimidade maior com a parte mais humana, mais divina. É uma forma especial do Espírito apresentar-se ao indivíduo.Às vezes nos afastamos dessa presença e um sentimento estranho à fé se insurge em nossas mentes e se implanta em nosso coração.
Em Kether estamos com o D'us-Pai; em Tipharet nosso encontro com o Filho nos ajuda a desenvolver o D'us-em-nós. Em Yesod nossa espiritualidade cria laços profundos e verdadeiros com D'us e nos damos conta da sexualidade como um signo de união entre a Esposa (Malkhut) e D'us (Kether) . E finalmente em Malkhut nos encontramos com Shekinah, o lado feminino de D'us, a sua luz, sua Esposa, que habita conosco em nosso exílio. Shekinah é o Espírito Santo de D'us, que simboliza o humano como um ser em eterno devir.
Assim o Pai, o Filho e o Espírito Santo se tornam Aquele que foi; Aquele que é e Aquele que será! Cascalhos na praia - mas é o que conseguimos perceber e apanhar - da imensidão do oceano que diante de nós permanecerá sempre insondável!
A f'é é resultado de uma intimidade maior com a parte mais humana, mais divina. É uma forma especial do Espírito apresentar-se ao indivíduo.Às vezes nos afastamos dessa presença e um sentimento estranho à fé se insurge em nossas mentes e se implanta em nosso coração.
Em Kether estamos com o D'us-Pai; em Tipharet nosso encontro com o Filho nos ajuda a desenvolver o D'us-em-nós. Em Yesod nossa espiritualidade cria laços profundos e verdadeiros com D'us e nos damos conta da sexualidade como um signo de união entre a Esposa (Malkhut) e D'us (Kether) . E finalmente em Malkhut nos encontramos com Shekinah, o lado feminino de D'us, a sua luz, sua Esposa, que habita conosco em nosso exílio. Shekinah é o Espírito Santo de D'us, que simboliza o humano como um ser em eterno devir.
Assim o Pai, o Filho e o Espírito Santo se tornam Aquele que foi; Aquele que é e Aquele que será! Cascalhos na praia - mas é o que conseguimos perceber e apanhar - da imensidão do oceano que diante de nós permanecerá sempre insondável!
domingo, 10 de novembro de 2013
A Cabala e o dia a dia
A Cabala do dia a dia tem como símbolos a reflexao, a Ética, o comportamento, as práticas.
A Ética assemelha-se à Cabala porque tanto uma como outra envolvem processos cognitivos, uma vez que em seus domínios há sempre um questionamento sobre o sentido que damos ao que fazemos. Tanto num campo como no outro, faz-se uma reflexão sobre as consequências dos próprios atos e das ações dos outros, tendo como parâmetros os princípios e os valores do bem comum. Ser ético ou ser uma cabalista é sempre medir as consequências do que se faz, tendo como medida de balisamento o bem comum..
A diferença entre moral e ética é que a ética não se vê, pois são reflexões, pensamentos. Já a moral é o aspecto prático da ética, que se revela no comportamento, nas práticas individuais e coletivas, nas atitudes.
Ser Cabalista é dar sentido e direção ao que se faz, sempre medindo as consequências das próprias ações. E como a Ética não é uma ilha, observar o dia a dia nos leva a perceber os novos sentidos que estão surgindo e os novos parâmetros que deverão estar presentes ao se medir as consequências do que fazemos.
A Ética assemelha-se à Cabala porque tanto uma como outra envolvem processos cognitivos, uma vez que em seus domínios há sempre um questionamento sobre o sentido que damos ao que fazemos. Tanto num campo como no outro, faz-se uma reflexão sobre as consequências dos próprios atos e das ações dos outros, tendo como parâmetros os princípios e os valores do bem comum. Ser ético ou ser uma cabalista é sempre medir as consequências do que se faz, tendo como medida de balisamento o bem comum..
A diferença entre moral e ética é que a ética não se vê, pois são reflexões, pensamentos. Já a moral é o aspecto prático da ética, que se revela no comportamento, nas práticas individuais e coletivas, nas atitudes.
Ser Cabalista é dar sentido e direção ao que se faz, sempre medindo as consequências das próprias ações. E como a Ética não é uma ilha, observar o dia a dia nos leva a perceber os novos sentidos que estão surgindo e os novos parâmetros que deverão estar presentes ao se medir as consequências do que fazemos.
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